Caminhoneiro há uma década e meia, Márcio Francisco Palaver, 37 anos, pôde acompanhar na estrada os efeitos da pandemia em diferentes lugares do Brasil.
O morador de Garibaldi costuma fazer o trajeto de ligação da Serra Gaúcha até o Rio de Janeiro em uma viagem que demora em média de cinco a seis dias.“O que percebi no começo foi uma espécie de pânico, uma incerteza. O que se refletiu bastante na parte do transporte foi que parou, deu uma quebra geral. A empresa que eu trabalho diminuiu o ritmo, mas não parou completamente. Mas conheço amigos que ficaram 40 dias parados, porque não conseguia nem carga para remédio. Era tudo uma insegurança de comprar, vender, fazer a economia girar.”
O risco de estar na estrada para a contaminação, avalia ele, não é tão grande. Mesmo que passe por diferentes Estados e cidades, o caminhoneiro fica boa parte do tempo sozinho na boleia do caminhão. Palaver diz que a maior preocupação não é com a própria saúde, mas sim com a possibilidade de contaminar a esposa, a filha ou os pais.
FONTE: GaúchaZH